Descentralização

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Fabio San Martin é consultor, palestrante, mentor, analista comportamental e diretor da San Martin Inteligência Organizacional.

Durante duas décadas, tenho desenvolvido trabalhos de Consultoria, Mentoring, Assessoria e Capacitação para centenas de Líderes e Empresas. Ainda hoje, me deparo com Gestores extremamente centralizadores. Eles não confiam no time e possuem uma crença limitante de que a Empresa só terá resultado se tudo passar por suas mãos.

 

O interessante é que muitos deles até conseguiram se consolidar no mercado e ganhar algum tipo de projeção. No entanto, nenhum deles conseguiram escalar o negócio. E é exatamente nessas horas que vemos que a Centralização é na verdade inimigo da excelência e limitador de desempenho e crescimento organizacional.

 

O Escritor Iraniano Nassim Taleb, conhecido principalmente por ser o autor do Best Seller “Antifrágil” comenta em seu livro que a Centralização fragiliza a Empresa, tornando ela totalmente dependente do líder para funcionar. Essa dependência pode ser mortal, uma vez que estando o líder impedido focar nas responsabilidades da sua função, compromete o resultado da Empresa. Além do mais, tornar a Empresa frágil não dá a ela a perspectiva de se tornar excelente, nem muito menos de se manter operando em um mercado tão competitivo como o que estamos vivendo pós COVID e de crise.

 

O incrível é que, mesmo vivendo em mundo com tantas ferramentas, muitos lideres continuam centralizando, tornando a empresa e os processos completamente dependente de sua presença e participação. Não obstante, centralizar é desacreditar do potencial humano e das pessoas que trabalham na Empresa.

 

Vamos analisar as consequências dessa condição detalhadamente:

 

Em primeiro lugar, a Centralização fragiliza a relação líder-liderado. A partir do momento em que não confiamos no nosso time, eles também não confiam em nós. E isso compromete não só o desempenho dos liderados, mas também prejudica o clima da Empresa, aumentando as tensões e tornando o ambiente pesado. Quando isso acontece, as taxas de turnover são maiores, acarretando perda de produtividade e o aumento das despesas com contratação e treinamento, e perda de desempenho operacional. Nada é mais desgastante do que uma relação de desconfiança. E a Centralização é a maior ameaça ao surgimento dessa situação nas Organizações modernas.

 

Outro ponto relevante, o sub aproveitamento do potencial dos liderados. A partir do momento que tiramos deles a possibilidade de desenvolver as atividades, tiramos também a oportunidade de descentralizar, de elogiar, de encorajá-los a fazer mais e melhor. Freud e John Dewey falaram em seus estudos que todo ser humano quer se sentir especial. Quando centralizamos, tiramos a oportunidade de gerar esse sentimento pleno e positivo. E não é por acaso que muitos profissionais não sentem que seu trabalho é reconhecido pelo seu líder. Nada é mais desgastante para um colaborador do que a impossibilidade de fazer seu trabalho de forma plena e sentir motivado para isso.

 

Um outro fator muito importante, quando o líder centraliza, tira dos liderados a perspectiva de crescer, de fazer carreira na Empresa. Nos processos de recrutamento e seleção que realizamos para nossos clientes, um dos pontos mais relevantes para os candidatos, quando falam do que esperaram encontrar nas organizações é saber se a Empresa possui um plano de crescimento, de carreira. Essa perspectiva também é super valorizada pelos colaboradores. Em Organização de gestão centralizada, as promoções acontecem de forma subjetiva, onde o líder decide quem cresce e quem não cresce, baseado em seus critérios subjetivos, mais aderentes a questões comportamentais do que técnicas. Não que isso não seja importante, mas deixa um pressuposto de entendimento diferente e antagônico. Ou seja, o líder pode entender uma coisa, e os liderados outra. E quando um liderado se sente injustiçado, ou o seu desempenho cai, ou ele busca uma nova oportunidade em outra organização.

 

E por fim, uma Liderança e Gestão centralizada impede a Empresa de crescer, de ganhar escala. Ao longo desses mais de 20 anos servindo líderes de Empresas no Brasil e outros Países, acompanhei a trajetória de muitas organizações que possuíam um excelente produto ou serviço, mas que tinham na alta hierarquia um líder centralizador. Com o passar do tempo, ele não profissionalizou a gestão da Empresa, permitindo assim descentralizar e ganhar escala. Pelo contrário, continuou sendo o foco da estrutura e do processo. O resultado disso: Ou a Empresa permanece pequena ou faliu. Quando uma Empresa começa sua vida, é normal que o líder centralize, até porque todo negócio começa pequeno. A partir do momento que o Mercado aceita seu produto ou serviço e que a Empresa começa a crescer, se faz necessário implementar a estrutura organizacional, revisar os processos produtivos e criar uma cultura de recursos humanos, a fim de trazer as pessoas certas e de criar empowerment em seu time. E dessa forma a Empresa cria a perspectiva de crescer, com resultado, disciplina e excelência.

 

Quando olho para o mercado local ou nacional e estudo as Empresas líderes, como Restaurante Camarões, Armazém Paraíba, Grupo Mangai, Riachuelo, Magazine Luiza, Ambev, Cielo, Nubank... vejo que elas possuem algo em comum: A cultura do Empowerment, do delegar responsabilidades e poder. E dessa forma, criamos a perspectiva de uma Empresa desejada de se trabalhar e com um grande potencial de crescimento e projeção no mercado.

 

No fim, quando os resultados chegam, o sabor da vitória se torna muito mais prazeroso, porque juntamos taças e brindamos em equipe.

 

Pense nisso, quebre a corrente da desconfiança, delegue, corrija, apoie e estimule o potencial humano intensamente. Como já dizia Michael Jordan, maior jogador de Basquete da história: “Talento ganha jogos, mas trabalho em equipe e inteligência ganham campeonatos”.

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